sexta-feira, 27 de maio de 2016

O QUE É LIBERDADE?

                                                           
Muito se fala sobre ser livre, mas pouco se discute sobre o que é, de fato, a liberdade. É ter autonomia financeira? Tomar decisões? É poder se expressar da forma que quiser?
O que temos são pontas aleatórias do iceberg que é o livre-arbítrio e nos contentamos com isso. Ninguém é plenamente livre, ninguém pode fazer o que quiser, ir aonde quiser, falar o que quiser.
Temos um roteiro preparado, não por Deus ou pelo universo, um roteiro que a própria sociedade montou para si mesma. Os arquétipos mudam de um grupo cultural para outro, mas sempre existem. Como Carl Jung escreveu O inconsciente individual repousa sobre uma camada mais profunda... Eu a chamo de inconsciente coletivo, parte do inconsciente coletivo é compartilhado universalmente, até sob a comparação de culturas extremamente opostas podemos vê-lo, como exemplo, somos capazes de afirmar que a Tribo Surma, no sudoeste da Etiópia, é tão dotada de crenças e rituais quanto a tribo Cherokee, na América do Norte, ainda que distintas, compartilham da mesma necessidade de misticismos e simbologias.
O dinheiro que ganhamos faz parte de um ciclo chamado economia, você já o ganha sabendo que irá se desfazer, de algum modo, dele. O que você recebe, devolve ao Estado, logo, autonomia financeira não existe, visto que não podemos aplicá-lo desordenadamente, sem pagar impostos, sem sermos submetidos ao consumismo.
As decisões que tomamos são reflexos do que vivemos ou da cultura na qual estamos inseridos. Toda decisão é condicionada pelo que precede dessa lógica. Valores contingentes combinam-se para determinarem que uma ação seja inevitável em adequadas situações e as variáveis nos dão uma falsa sensação de liberdade, quando naturalmente obedecem as leis de causa e efeito.
O próprio corpo não nos dá liberdade, nossos desejos fogem do nosso controle, assim como a genética, a escolha de nascer ou não nascer. O ser humano não conhece o livre-arbítrio integralmente, talvez, diante dele, não saberia nem como reagir, já que estamos acostumados com as regras as explícitas e as implícitas.
Inobstante, assumir a veracidade determinista comportaria admitir um universo detestavelmente premeditado e há certa tragédia nisso, como se nada de original viesse a acontecer na humanidade.
Apesar dos inúmeros arquétipos, ocasionalmente, experimentamos a sensação (ou falsa sensação) de quebrar alguns princípios, o que nos deixa sempre com um efeito colateral de contentamento e autocontrole.
E o que você faria se tivesse liberdade absoluta?


-Thauany Melo

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