quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Entre o estômago e a consciência


Quando a Miriam Leitão anuncia que nunca viu tanta bagunça no controle financeiro e fiscal, se revela o sinal do apocalipse neoliberal! O ódio cego ao PT, partido esse que merece inúmeras críticas, mas que não me permitiria confundir a natureza ontológica das intencionalidades presentes na concretude das mentiras neoliberais, foi o motor e a mola propulsora de tudo que nos envolve nesse momento. Uma coisa é ser crítico ao PT, outra coisa, é saber distinguir as intenções envolvidas no golpe de 2016, que tinham como alvo, a fragilidade plena dos intuitos populares e a escassez real das conquistas coletivas.
Em meio a tudo isso, emerge a potente impunidade seletiva materializada pelo Juiz Sérgio Moro e pelo STF, associadas a certeza de um Congresso que perdeu toda a mínima decência na cara, sendo tais fatos, adocicados pela profunda passividade de uma população que escolheu aceitar a tudo isso de forma omissa e contínua.
Agora, o que parece é que nos cabe esperar as consequências terríveis na vida de cada trabalhador e dos pobres e miseráveis desse país, massa concreta, massa que sofre para persistir em sobreviver; passo a passo, dia a dia, essa massa será convidada a ser uma massa cada vez maior de excluídos, de desvalidos e cansados ratos do sistema neoliberal; sim, no fundo, eu e você, que integramos essa massa, seremos ratos ou talvez já o somos e somos daqueles que engordam pelas sarjetas e esgotos, nas entranhas da sujeira de natureza subterrânea.
Enfim, é necessário falar que isso ainda é só o começo e que o desespero do povo abrirá margem para novas possibilidades em 2018; esperemos que possamos aprender de uma vez por todas, nem que seja pela mera necessidade estomacal, que o câncer neoliberal, é sim, o caminho para nossa destruição coletiva.
Façamos a nossa escolha e que saibamos escolher com a cabeça e como pessoas que ainda suspiram oxigênio em direção ao coletivo e à Democracia, pois se a escolha continuar a ser feita pelo estômago e através do egoísmo e da cegueira seletiva, o que nos restará, serão os vestígios de uma possibilidade existencial de Nação, os vestígios anêmicos e pueris do que podia ser um povo, do que poderia ser, em nós e por nós, uma verdadeira existência conjunta, humana e essencialmente ética.


2 comentários:

  1. Bravo!
    Excelente reflexão sobre o momento que o país passa!

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  2. Espero também que povo reconheça o câncer do neoliberalismo!

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